BINHO | Curta Saraus
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BINHO

Published at 20:25 in ,

Identidade

Desventrei de minha mãe

Em uma América Latina

E aqui estou eu

No meio de um ser tão

Desenvolvido de absurdos

E pouco correspondido

Nós que éramos tão pobres de lugares

De destino tão de outras pessoas

De vontades tão distantes das nossas

Suportamos nossos sertões calados

Por mais urbanados que somos e sejamos

Meu céu é de outro mundo

Sou um sujeito de intempéries

Fazendo os sentimentos mais inalterados

Se acotovelarem

Todo dia eu me jogo um pouco fora

Mas um pouco da gente sempre espirra nos outros

Eu me não quero mais

Eu me não quero mais

Pelos nadas desse mundo

Quero sim

Algo que fique quieto em mim

Apaziguando o pão que o diabo amassou

Dentro dos ruins da gente

Chega a cansar à alma

Do osso

Quero ver como me encontrar

Se eu não em perder

Mas em uns de mim quero estar

E essa lonjura toda

Pertencente às Américas

Deve de caber-me

Deve de Caber-me

Deve de caber-me

Triste Aliança

Um Paraguai enviuvado

Mantido resistente guarani

Devolvendo a guerra que lutou

Via free-shop

Um Brasil ao sul-balterno

E no comando um duque de caixões

A mando de uma inglaterra felis, de longe, mas happyssima

Um Uruguai gigante desfronteirado

Esparramando pampas

Uma rival Argentina, arquiniamiga

A trindade derrotando Solano e os seus

E mandando antepassados de Solano Trindade

Pra Cerro Corá e fronteiras adjacentes

Em busca de sangue e alforrias

Um Chile distante cortante

Pacífico, ainda não pinochetizado

Mentiras e verdades que já ganharam práticas

Nas costas nas cordas

Cordilheiras chicoteantes

Quero mais saber demais

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