Veja o curta-metragem que mostra a riqueza dos saraus de literatura que incentivaram a criação de uma identidade e estéticas próprias nas quebradas.
– 01/11/2010
O crescimento ecônomico do Brasil no último ano longe de atingir toda a população brasileira. Mas promissor do ponto de vista de um futuro de progresso, analisado como o maior desde 95, a mudança da nossa moeda, o aumento do salário mínimo, tudo isso fez com que a maioria das pessoas tivessem condições de ter uma vida mais justa, do ponto de vista financeiro.
Essa mudança também provocou a articulação do povo o que fez com que surgissem diversos focos de cultura organizados pelas próprias comunidades pras próprias comunidades. Surgiram diversas manifestações culturais, como os Saraus de Literatura Marginal, por exemplo, que se apoderaram dos bares das quebradas, transformaram estes ambientes em focos de cultura, de conscientização e cidadania.
As iniciativas foram se multiplicando, como o Sarau do Binho e a Cooperifa, onde artistas se reúnem semanalmente para apresentar seus trabalhos literários, ampliando enormemente a quantidade de artistas e ativistas que passaram a criar na periferia e pra periferia.
A reflexão cultural, social e política são discutidas nestes Saraus e se transformam em interesses comuns entre os presentes. Assim, o movimento que vem ocorrendo representa a criação de uma identidade e uma estética próprias, onde nosso povo se reconhece e se auto-valoriza, gerando auto-estima pra quebrada.
Observando este celeiro cultural que as periferias se tornaram, foi produzido um curta-metragem que apresenta a riqueza destes SARAUS, “nas diversas formas que ocorrem e em diferentes pontos da cidade, debatendo e refletindo com o artista local as transformações que a periferia vivencia nos últimos anos”.
Atualmente, possuímos um verdadeiro calendário de SARAUS que acontecem na periferia das capitais brasileiras. Iniciativas que precisam ser reconhecidas do ponto de vista cultural e financeiro pelas empresas e poder público, pra que sejam formados mais homens do que marginais ou bandidos, que nada mais são do que a resposta violenta ao descaso da nossa sociedade. Pra que o nosso povo tenha auto-estima, pra que o nosso país prospere e progrida. Porque em algum momento o sofrimento do próximo vai respingar em você, você pode ter certeza, e aí, não adianta mais reclamar justiça.
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